
Novo ministro é bem visto na Câmara
A primeira impressão que se tem é que o deputado Fabio Faria foi escolhido para o ministério das Comunicações por ser genro do Silvio Santos, um apoiador do presidente Bolsonaro, mas não é exatamente isso.
A primeira impressão que se tem é que o deputado Fabio Faria foi escolhido para o ministério das Comunicações por ser genro do Silvio Santos, um apoiador do presidente Bolsonaro, mas não é exatamente isso.
Na frente do prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, onde se desenrolam os processos para impugnação da chapa Bolsonaro-Mourão sob diversas alegações, dois grupos se manifestavam ontem. De um lado, a turma do Bolsonaro, comandada pela ativista Sara Winter. De outro, o grupo da oposição, aparentemente liderado pelo PT.
Mais uma vez o PT divide a oposição. O partido que se acostumou a liderar a oposição desde que acabou com o brizolismo - colocou Brizola de vice e depois o deixou de lado -, perdeu força depois de todas as denúncias de corrupção e da prisão do Lula; e depois que ele foi solto, ficou sem saber o que fazer.
Seria uma grande notícia se o presidente Bolsonaro tivesse tomado a decisão de que não aceita mil mortes todos os dias, em consequência da Covid-19 e, ordenasse uma reunião de emergência para analisar que medidas teriam que ser tomadas na área da Saúde para evitar que esse número trágico se repetisse.
O julgamento da chapa Bolsonaro/Mourão hoje no TSE é o primeiro dos muitos que vão acontecer e deve ser arquivado, porque a questão é frágil. É de um site “Mulheres contra Bolsonaro” que foi invadido por um hacker e teve o nome mudado para “Mulheres a favor de Bolsonaro”.
Teremos em poucas dias mais confusão estatística provocada pela obsessão do governo Bolsonaro de manipular os números oficiais. O aumento das queimadas na Amazônia e na Mata Atlântica foi negado pelo ministério do Meio-Ambiente, a ponto de haver uma intervenção no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até que a realidade ficou patente.
A compostura do presidente Bolsonaro não é nem de uma pessoa normal, quanto mais a de um presidente da República. Não falar sobre a nossa tragédia sanitária no dia em que chegamos a um morto por minuto, mesmo ao inaugurar um hospital de campanha construído para enfrentar a pandemia, é sinal de desumanidade incomparável. Tropeçou física e metaforicamente nos seus próprios erros.
Em tempos de pandemia, a pulsão individual tem que ser controlada pela realidade, o que é difícil de acontecer. Nos deparamos, então, com situações excêntricas que definem quem está ao lado de quem.
Outro dia um aluno confrontou o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto com uma frase sua: “Não é por temor do abuso que se vai proibir o uso”.
Partidários dos movimentos da sociedade contra o governo acham que não é o momento de fazer protestos nas ruas, pois há o perigo de pessoas se infiltrarem para fazer baderna. Mesmo assim, várias manifestações estão programadas para o próximo domingo e deve haver confronto, apesar de o presidente Bolsonaro ter pedido aos seus seguidores para não se manifestarem. Bolsonaro criticou – com razão – a baderna que aconteceu em Curitiba, em protesto contra o racismo e o fascismo.
A interpretação bolsonarista de que as Forças Armadas têm a função de intervir como Poder Moderador diante de um conflito entre o Executivo e os demais Poderes da República, Legislativo e Judiciário, de acordo com o artigo 142 da Constituição, não tem base jurídica, como ressaltou o parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgado ontem.
Bolsonaro e seus apoiadores tentam interpretar o artigo 142 como uma porta aberta para intervenção militar e estão criando um ambiente propicio para um golpe.
Surgiram neste final de semana os primeiros sinais de que a sociedade civil, mesmo que ainda desorganizada devido à pandemia, se movimenta para tentar barrar as investidas autoritárias do presidente Bolsonaro e seus seguidores.
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, tenta sair das cordas com retórica, não com atos. Disse, afinal, em nota que “sente desconforto” com a citação de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, não consegue nem mesmo entrar no elevador cheio na sede de Brasília da instituição que preside, tamanho o desconforto que está provocando entre seus pares.