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Sai o “Livro dos Ex-libris”, coedição da ABL com a Imprensa Oficial de São Paulo

 

Organizada pelo Acadêmico Alberto da Costa e Silva, a coedição da Academia Brasileira de Letras com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo intitulada “Livro dos Ex-libris” já se encontra nas livrarias.

A obra é consequência da exposição de ex-líbris que a ABL realizou em 2012, como homenagem ao centenário da morte do Barão do Rio Branco, Acadêmico, diplomata, estadista, jornalista, historiador e o primeiro colecionador de ex-líbris brasileiro de quem se tem notícia.

Informa a IMESP que a edição traz a reprodução completa da coleção de ex-líbris do Barão, além de ex-líbris selecionados de três grandes coleções nacionais, pertencentes a Paulo Bodmer, Santos Sobrinho e Luiz Felipe Stelling, e da coleção da ABL, todas com reproduções fac-similares dessas “pequenas joias de arte”.

Destacam-se no livro a apresentação de Alberto da Costa e Silva e o ensaio de Ubiratan Machado, “Sua excelência, o ex-líbris”e, além de textos dos colecionadores.O trabalho explica o que é o ex-líbris, desde seus precursores, até a forma atual: uma pequena gravura, emitida em série, para se colar na contracapa ou na guarda do livro, como símbolo de propriedade. Como bem define Ubiratan Machado, “O ex-líbris nasceu do mais enganoso de todos os sentimentos, o sentimento de posse, mas também como uma declaração de amor ao livro. Amor e engano, uma pontinha de vaidade. Com a sedução de sua beleza, de graça bailarina, o ex-líbris foi adotado e admirado por algumas das maiores e mais influentes figuras da humanidade, como Freud, Albert Einstein, Charles Chaplin”.

Narrando a história do ex-líbris, sua origem, os grandes colecionadores e o papel que desempenhou em vários períodos, Machado pontua século a século o cenário do ex-líbris, as transformações pelo qual passou, sendo o século XVIII considerado a sua   idade de ouro, adquirindo status de obra de arte no século XIX, expandindo-se por diversos países. Pablo Picasso, Henri Matisse, Salvador Dalí, entre tantos nomes ligados à arte desenvolveram peças únicas de ex-líbris no século XX. “Calcula-se que, desde sua origem, já foram criados mais de um milhão de ex-líbris, uma parcela deles da mais alta expressão artística.”

No Brasil, a história do ex-líbris começa no final do século XVIII, em Minas Gerais, sendo que a princípio a gravura ganhou popularidade na década de 1870, entre a nobreza. Nas décadas de 1870 e 1880, o ex-líbris é visto como um elemento de requinte social. No início do século XX, seu uso ainda estava restrito a uma minoria, desconhecido pelo público e menosprezado pelos intelectuais. Mas na década de 1910 o ex-librismo começou a se disseminar, conquistando escritores. Nas décadas de 1920, 1930 e 1940 vários escritores o adotaram, entre eles Manuel Bandeira e Afonso Arinos. Mais tarde, escritores, jornalistas, políticos e bibliófilos exibem com orgulho a sua marca de posse do livro.

Entre um texto e outro, cinco belas coleções de ex-líbris podem ser apreciadas nas 224 páginas do “Livro dos Ex-Líbris”.

O organizador
Alberto da Costa e Silva: nasceu em São Paulo, em 1931. Diplomata de carreira — serviu em Lisboa, Caracas, Washington, Madri e Roma, antes de ser embaixador na Nigéria, no Benim, em Portugal, na Colômbia e no Paraguai. É membro da Academia Brasileira de Letras. Estreou em 1953 com O parque e outros poemas e mais sete livros de poesia. Seus Poemas reunidos foram editados em 2000. Como memorialista escreveu Espelho do príncipe (1994) e Invenção do desenho (2007) e, como ensaísta, O pardal na janela (2002), Das mãos do oleiro (2005) e O quadrado amarelo (2009), este último publicado pela Imprensa Oficial. É autor de Castro Alves, um poeta sempre jovem e de oito livros sobre a África e sua história, dentre os quais se destacam A enxada e a lança: a África antes dos portugueses (1992) e A manilha e o libambo: a África e a escravidão, de 1500 a 1700 (2003). Vencedor do Prêmio Camões de 2014.


Textos:
Ubiratan Machado: nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, é jornalista, tradutor e escritor. Medalha João Ribeiro, da ABL, por serviços prestados à cultura brasileira. Por obrigação profissional e por prazer, percorreu todo o Brasil, conhecendo todos os seus estados e cerca de 1200 cidades, e mais de 40 países das Américas, Europa, Ásia e África. Publicou 17 livros, dentre os quais se destacam A etiqueta de livros no Brasil, Bibliografia de livros no Brasil, Dicionário de Machado de Assis, Bibliografia Machadiana 1959-2003, e o mais recente História das livrarias cariocas.

Paulo Bodmer: professor universitário, palestrante, bibliófilo e colecionador de antiguidades gráficas.

Santos Sobrinho: bacharel em Direito, designer de produto, bibliófilo e colecionador.

Luiz Felipe Stelling: professor, bibliófilo, estudioso de ex-líbris e colecionador.

 

2/6/2014

02/06/2014 - Atualizada em 01/06/2014