"A literatura de cordel em Portugal e no Brasil” será o tema da mesa-redonda ministrada pelo sócio correspondente português da ABL, Arnaldo Saraiva, na quinta-feira, dia 14 de setembro, às 17h30, na Sala José de Alencar. Saraiva é professor, investigador científico e literário, ensaísta, cronista e poeta. Catedrático de Literatura Brasileira da Universidade do Porto, tomou posse como Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras, para ocupar a Cadeira nº 6, em substituição à filóloga e professora de literaturas neo-românicas, Luciana Stegagno-Picchio.
Segundo Saraiva, foi na década de 1920 que a Literatura e a Cultura Brasileira começam a ser sistematicamente estudadas em Portugal. Em 1923, na Universidade de Lisboa, foi criada a cadeira de Estudos Brasileiros, que inicialmente estava mais orientada para a História. Em 1940, surgiram vários ensaístas dedicados à literatura brasileira contemporânea, como José Osório de Oliveira, Adolfo Casais Monteiro.
- A literatura brasileira é desde há muito, por razões que só se explicarão magicamente, uma causa da minha vida. Globalmente, ela dá-me prazeres e horizontes distintos dos que me dão outras literaturas, ela interessa-me pelo que prolonga, renova ou inova em relação à literatura ou literaturas de que nasceu; ela fascina-me pela sua diversidade, ousadia verbal e originalidade referencial. Uma causa e uma casa, onde me sinto como numa muito ampliada casa portuguesa com certeza – a casa materna e paterna da minha língua portuguesa – afirmou.
Sobre Arnaldo Saraiva
Arnaldo Saraiva é licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, doutorou-se na Faculdade de Letras do Porto, onde exerceu a função de docente de Estudos Brasileiros e Africanos. Foi leitor de Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA) e professor convidado da Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle). Fez estudos superiores no Rio de Janeiro, onde preparou a tese “Carlos Drummond de Andrade: do Berço ao Livro”. Em Paris estudou sob orientação de Roland Barthes, A.J. Greimas e Gérad Genette, e estudos superiores em Urbino. Foi dirigente da Cooperativa Árvore e do Boavista Futebol Clube.
Colaborador da Radiotelevisão Portuguesa, da Radiodifusão Portuguesa (Antena1) e de várias publicações portuguesas e estrangeiras, também participou da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Fundador do Centro de Estudos Pessoanos, co-dirigindo a revista Persona e o Jornal O Boavista do qual foi fundador. Está representado na Antologia dos Poetas Brasileiros - Fase Moderna, de Manuel Bandeira e Walmir Ayala e na Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, de Maria Alberta Menéres e E. M. de Melo e Castro.
12/09/2023
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