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Justa reeleição

 

Editorial

Quando se nasce, as leis da genética armazenam, provavelmente,  informações capazes de aflorar, mais à frente, definindo uma ou mais vocações antes mesmo da idade adulta. Os testes escolares com esse conteúdo, aplicados aos mais jovens, atestam  ser possível  descobrir os melhores caminhos para a construção do futuro de tantos.

A tendência para a literatura, a leitura , por exemplo, cedo descoberta entre os jovens, indica que muitos deles vão produzir escritos ou transmitir informação e cultura, nobre missão que é a de socializar a transmissão de conhecimentos a pessoas pertencentes às mais diversas camadas sociais.

Assim encontramos em diversas profissões, que não estão circunscritas apenas às letras, mas espalhadas entre tantos outras de valor semelhante. Todavia, como o tema central destas linhas versa sobre cultura literária, vamos nos deter no acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, atual presidente da  Academia Brasileira de Letras.

Cedo lançando-se no mister de escrever,  incursionou com maestria no campo sociológico-político, com o livro “Coronel, Coronéis”, tendo como co-autor, o não menos brilhante Roberto Cavalcanti de Albuquerque. Ali está um relato e a interpretação de uma época  da realidade política, econômica e social de Pernambuco, do Nordeste e, por que não dizer, do Brasil. Ambos, com esse trabalho interpretativo,  muito jovens ainda, em 1963,  realizaram um estudo clássico, vindo a se incorporar à talentosa e excepcional geração de outros “ explicadores” do Brasil, de reconhecido quilate intelectual,  entre os quais alinham-se Gilberto Freyre, Vítor Nunes Leal,  Josué de Castro, Raymundo Faoro,  Manuel Bonfim, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Caio Prado Júnior, Roland Corbisier, Álvaro Vieira Pinto, Hélio Jaguaribe, Guerreiro Ramos, Amaro Quintas, Armando Souto Maior entre outros nomes de merecido relevo.

Marcos Vinicios Vilaça, nascido no Brasil,  mas de nacionalidade universal  porque obstinado cultor da civilidade que se expressa na elegância das atitudes,  é o atual presidente  da Academia Brasileira de Letras, cujo mandato expira  no próximo mês e que merece se prolongar por mais um período, tantas são as razões que justificam sua reeleição, inclusive pela excelente administração realizada à frente da ilustre Casa.

Folha de Pernambuco (PE) 26/11/2006

12/03/2007 - Atualizada em 11/03/2007