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Em debate, a obra de Moacyr Scliar

 

Uma mesa-redonda com críticos literários, jornalistas e amigos debate esta noite, em Porto Alegre, a atualidade e a importância do romance “O Exército de um Homem Só”, de Moacyr Scliar, que completa 50 anos. Foi o segundo romance do Acadêmico, e um dos grandes clássicos de sua carreira literária, traduzido em mais de 10 línguas. Scliar entrou para a ABL em 2003, foi o sétimo ocupante da cadeira 31 e morreu em 2011.

É autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil,  escreveu, também, para a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica.

Teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior.

Foi, durante 15 anos, colunista do jornal Zero Hora, onde discorria sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano. Foi também colaborador da Folha de S. Paulo desde a década de 70 e assinou uma coluna no caderno Cotidiano.

Duas influências são importantes na obra de Scliar. Uma é a sua condição de filho de imigrantes, que aparece em obras como A Guerra no Bom Fim, O Exército de um Homem Só, O Centauro no Jardim, A Estranha Nação de Rafael Mendes, A Majestade do Xingu. A outra influência é a sua formação de médico de saúde pública, que lhe oportunizou uma vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como um conhecimento da realidade brasileira. O que é perceptível em obras ficcionais, como A Majestade do Xingu e não-ficcionais, como A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura.

“Cada leitor da obra do Scliar tem seu gênero preferido. Mas todos reconhecem nele, acima de tudo, seja na ficção, no ensaio ou na crônica, um estilo altamente humanista, que o torna dono de valores universais”, segundo o escritor gaúcho Luiz Antônio Assis Brasil, para quem a ABL, ao aceitá-lo como imortal, fez justiça não só ao Rio Grande do Sul, mas também ao grande escritor que ele foi, capaz de introduzir na literatura brasileira a contribuição que outros escritores de origem judaica deram à literatura mundial. Sua ficção insere a temática do imigrante judeu e urbano no imaginário da literatura sul-rio-grandense.

28/08/2023