Amigos de toda uma vida quando se encontram não precisam dizer muita coisa depois do abraço afetuoso. Conhecemos nossas histórias, os hábitos, os fatos que não escrevemos em jornais, mas que comentamos depois de um jantar tranqüilo quando se instala um clima familiar e confessional. Também podemos ter a impressão de que estamos num ritual de solidariedade e evocações afetuosas. Aquelas que nos fazem lembrar pessoas, vitórias, perdas mas sem auto-piedade ou desvanecimento. Apenas as eternas saudades que vão se diluindo e só terminam no dia determinado. Mas também temos sorrisos, alegrias, o calor que só as verdadeiras amizades transmitem. Com Maria do Carmo e Marcos Vilaça, no tempo em que viviam na sua casa no Encanta Moça, aconteceram inúmeros encontros assim. Sobre Marcos Vilaça teria de escrever um longo pergaminho de vitórias e gestos impecáveis. Um deles aconteceu na semana passada quando ele mandou uma carta revelando sua admiração pelo trabalho intelectual do poeta e editor Antônio Campos e colocou, anexo, o voto para que ele possa ser eleito para a Academia Pernambucana de Letras na vaga de Paulo Maciel. Vilaça tem a sábia experiência para votos assim. Ele, que foi “tão jovem e tão presidente”, como disse Gilberto Freyre. E mais, a notável casa da APL que surgiu e existe graças a um esforço colossal do mestre Vilaça.
Jornal do Commercio (PE) 15/7/2008
16/07/2008 - Atualizada em 15/07/2008
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