A Academia Brasileira de Letras abre seu novo ciclo de conferências, denominado “A crítica sob suspeição?”, coordenado pelo Acadêmico Ivan Junqueira. Ao todo, o ciclo terá apenas duas conferências, e a primeira, denominada “A teoria literária em questão”, foi proferida pelo Acadêmico e ensaísta Eduardo Portella. O evento acontecei no dia 30 de outubro, terça-feira, 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., 280 lugares, na sede da Academia, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro.
A segunda palestra será na terça-feira seguinte, dia 06 de novembro, e tem como tema “A crítica literária e a crise do objeto”, com o Acadêmico Alfredo Bosi.
Os Ciclos de Conferências da ABL, com entrada franca e transmissão ao vivo pelo Portal, têm patrocínio da Petrobras.
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Sexto ocupante da Cadeira nº 27, eleito para a ABL em 19 de março de 1981 – na sucessão de Otávio de Faria e recebido em 18 de agosto do mesmo ano pelo Acadêmico Afrânio Coutinho –, Eduardo Portella nasceu em Salvador (BA), em 08 de outubro de 1932. É Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.
Concomitantemente – como permitia a lei educacional naquele período –, fez estudos em instituições europeias de ensino superior. Em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e Estilística com Dámaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e Julián Marías. Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de France. Em Roma, na Faculdade de Letras, assistiu a aulas de Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura Italiana. Ao retornar ao Brasil, começou sua colaboração regular de crítico literário no Diário de Pernambuco, pela mão de Mauro Mota. Foi, desde o início, estimulado por Gilberto Freyre. Fez parte do grupo de jovens intelectuais que fundou a Editorial Sagitário. Estreou em livro, em 1953, com Aspectos de la poesía brasileña contemporânea, tese apresentada na I Jornada de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em Salamanca.
Fez opção pela docência universitária, inicialmente em Madri, na Faculdade de Letras da Universidade Central de Madri. Em Recife, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de Pernambuco, prosseguindo no Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras da UFRJ. Em 1979, foi designado Ministro de Estado da Educação, Cultura e Desportos. E impôs uma posição clara pela abertura, contra a censura e qualquer forma de arbítrio.
Em 1988, foi nomeado Diretor Geral Adjunto da Unesco, cargo que ocupou por cinco anos consecutivos. Foi eleito, para o período de 1997-1999, pelo colegiado superior, Presidente da Conferência Geral da Unesco. Coordena, desde 1998, o Comitê Chemins de la Pensée (Unesco-Paris). E foi eleito em 2000, e reeleito em 2003, Presidente do Fond International pour la promotion de la Culture (Unesco-Paris). Dessas funções se desligou em 2009, para se dedicar à edição de suas obras reunidas, publicadas e por publicar.
Regressando ao Brasil, e então designado Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, continua ministrando seus cursos na Faculdade de Letras, em nível de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. É também membro da Academia Brasileira de Educação.
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30/10/2012
22/10/2012 - Atualizada em 22/10/2012