Acadêmica Nélida Piñon despede-se como titular da Cátedra José Bonifácio e é substituída por Felipe González
Publicada em 03/03/2016
A Acadêmica e escritora Nélida Piñon, Secretária-Geral da Academia Brasileira de Letras, fez a palestra de abertura da primeira edição da Festa Literária da Serra Imperial (Flisi), no Museu Imperial, em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 15 de abril, sexta-feira.
Quinta ocupante da Cadeira 30, eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda e recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo, Nélida Piñon tornou-se, em 1996-1997, a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a ABL, no ano do seu primeiro Centenário.
Intitulada “Literatura e Memória: O Livro das Horas”, a fala de Nélida Piñon, segundo a palestrante, foi muito mais uma conversa informal com o público do que realmente uma conferência. Descontraída, com toques de seriedade sobre suas lembranças e, em determinados momentos, com um humor fino, a Acadêmica disse, de improviso, sobre suas memórias, principalmente dos tempos de menina, da família e de sua primeira viagem à Galícia, terra de seus país, de onde vieram quando emigraram para o Brasil.
“Tudo é possível, desde que você se atreva”. Com esta frase, Nélida Piñon começou a palestra. “Posso falar das coisas porque eu as vivi. Atrevidamente. Não se trata de improviso, pois tenho tudo na memória. Quero até contar um fato interessante que se passou comigo e dois grandes amigos, Gabriel Garcia Marques e Carlos Fuentes. Os dois disseram, uma vez, que bastava apertar um botãozinho em mim para que eu começasse a falar. O difícil era desligar. Literatura é isso, é força, e a memória é o berço. Memória alinhada ao imaginário”.
Nélida Piñon falou também de seu próximo livro, que está com os editores e deve ser lançado ainda este ano. Disse que o título original é Filhos da América, com ensaios sobre os mais destacados escritores da América Latina. “É uma homenagem, porque nenhum lugar nos abriga mais do que a literatura”. E concluiu sua conversa com uma frase que simplificou tudo que dissera: “A literatura não me deve nada. Eu devo tudo à literatura”.
A Flisi foi realizada de sexta-feira, dia 15, a domingo, dia 17 de abril. Idealizada pelo Instituto Odemburg de Desenvolvimento, contou com a parceria do Museu Imperial. Antes da palestra da Acadêmica Nélida Piñon, falaram, na cerimônia de abertura, a Presidente do Instituto, Cristina Odemburg, o Diretor do Museu, Maurício Vicente Júnior, a curadora das mesas de debates, escritora Guiomar de Grammont, e a Presidente da Academia Petropolitana de Letras, Christiane Michelin.
18/04/2016Publicada em 03/03/2016