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ABL pensa o movimento de 68 ao lado de professores e militantes

 

Em sintonia com o jornalista Zuenir Ventura, realmente 1968 é um ano que não terminou. Os efeitos que ele teve através das diferentes contribuições de tradição, colocaram o ano como gerador de uma cultura do conflito. O resultado -sem previsões e estratégias formuladas -conseguiu mobilizar novas gerações.

Para compreender essa transformação, no dia 27/5, a Academia Brasileira de Letras abrigou uma releitura do movimento no Brasil e na Europa contemporâneos. Em parceria com o Instituto Italiano de Cultura e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a ABL recebeu a mesa-redonda As linguagens do conflito. 40 anos do movimento de 68.

O evento reuniu o filósofo italiano Gianni Vattimo, os professores Andrea Lombardi e Massimo Di Felice, e Yakuy Tupinambá, militante do Movimento Indígena Tupinambá.

"40 anos do movimento de 68" encontra-se disponível em vídeo e fotografia para consulta no Arquivo Múcio Leão, no Centro Cultural da ABL.

 

Saiba mais:

Gianni Vattimo

Entre os participantes, o mais conhecido internacionalmente é Gianni Vattimo, um dos filósofos europeus que mais se destacam na atualidade, particularmente no debate sobre o tema do pós-moderno, e que desempenhou também um papel crítico e institucional ao exercer a função de deputado no Parlamento Europeu. Especialista em hermenêutica e defensor do pensamento pós-nietzscheano e pós-estruturalista, Vattimo é professor de filosofia da Universidade de Turim, onde se graduou e estudou com Hans-Georg Gadamer e Luigi Pareyson. Foi professor visitante das universidades americanas de Yale, Los Angeles, New York University, State University of New York. Recebeu o título de laurea honoris causa em diversas Instituições Acadêmicas de vários continentes. É membro de comitês científicos de várias revistas italianas e internacionais, editor da "Rivista di estetica", e membro da Academia de Ciências de Turim. Atualmente é vice-presidente da Academía de la Latinidade.

Andrea Lombardi

Docente de Literatura italiana na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  e da Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), ocupa-se do tema do exílio, da nostalgia e das migrações, no seu reflexo na literatura. Ensaísta e articulista, defende uma luta para uma nova forma de leitura, uma ética da leitura. Preso em maio de 1968, foi líder estudantil na Itália (Roma) e na Alemanha (Marburg an der Lahn).

Massimo Di Felice

Sociólogo pela Universita degli Studi de Roma “La Sapienza”, especialista em Teoria e Analisi Qualitativa nella Ricerca Sociale pela Universita degli Studi La Sapienza e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. É Professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, (ECA-USP), pesquisador  e teórico sobre as novas mídias. Coordena o grupo de pesquisa  Cepop Atopos - Centro de Pesquisa da Opinião Pública na Época Digital - que, entre outras atividades, organizou e realizou as duas edições do Seminário Mídias Nativas, com a participação de videomakers e produtores culturais indígenas da periferia. É autor de diversos livros. Atualmente pesquisa as novas formas do habitar.

Yakuy Tupinambá

Militante do Movimento Indígena Tupinambá e membro da liderança do cacicado da aldeia Tupinambá de Olivença (Ilhéus/Bahia). Autora de vários textos, publicados, entre outros, nas coletâneas Índios na visão dos índios, na rede indiosonline e em Indiografie (Costa & Nolan/Itália). Técnica em economia doméstica, é atualmente estudante de Direito na Universidade Federal da Bahia – UFBA. Yakuy é uma defensora de um pensamento indígeno, que tem despertado grande interesse para a tradição ocidental (de que, paradoxalmente, representa a extrema continuidade ocidental).

 

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27/5/2008

20/05/2008 - Atualizada em 19/05/2008