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ABL divulga ganhadores dos Prêmios ABL 2007 e Afrânio Coutinho

 

O economista e ensaísta pernambucano Roberto Cavalcanti de Albuquerque é o vencedor deste ano do Machado de Assis, o maior prêmio outorgado anualmente pela Academia Brasileira de Letras. Leiaaquio trecho do discurso de recebimento feito pelo escritor e publicado no Jornal do Commercio de Pernambuco.

Para comemorar seu primeiro aniversário, a Biblioteca Rodolfo Garcia lançou o Prêmio Afrânio Coutinho com o patrocínio da PETROBRAS. Os primeiros lugares foram para o escritor mineiro Márcio da Rocha Galdino e para a professora paranaense Bernadete Michelato.

Conheça abaixo o resultado das outras categorias do Prêmio ABL 2007.

Prêmio ABL de Poesia

- Alberto da Cunha Melo - “O cão dos olhos amarelos”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Há em Cunha Melo, sobretudo em sua estrutura frásica e  rítmica, quase sempre oposta à da melopéia encantatória, um rigor que não vemos em outros poetas de sua geração, uma dignidade de linguagem e de intenções no mínimo raras, além de uma aspereza polifônica que se confunde com o próprio cerne obstinado e irredento da alma nordestina”.

- Adriano Espínola - “Praia Provisória”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Espínola se notabiliza pelo domínio consolidado da técnica do verso, que permite ao poeta circular à vontade das formas livres às fixas, com igual proveito estético. A isso se alia um fecundo diálogo intertextual com vozes proeminentes da lírica brasileira e universal, sem que tal prática impeça o poeta de manifestar um timbre próprio”.

Prêmio ABL de Ficção, Romance, Teatro e Conto

- Rubem Fonseca - “Ela e as outras”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Novamente, o consagrado autor pinta em cada conto breves instantâneos de nosso tempo, com seu ritmo acelerado, suas desigualdades, sua violência exagerada, sua sexualidade transbordante. Com perfeito domínio de sua arte, bastam a Rubem Fonseca poucas frases, nascidas de um fecundo amálgama entre o idioma ouvido no quotidiano das ruas e as nossas matrizes clássicas, para recriar aquilo que seu olhar sensível e sua reflexão sofisticada lhe mostram na complexidade psicológica e social dos habitantes de nossas cidades contemporâneas”.

Prêmio ABL de Ensaio, Crítica e História Literária

- Francisco Weffort - “Formação do pensamento político brasileiro. Idéias e personagens”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “No seu propósito delineia-se, sem concessões, uma problemática fundadora. Assume, em todo o seu risco, a reflexão pioneira, que não se confunde com a vanguardista, nem com a de um simples e periódico revisionismo. Configura, de princípio, o universo que descreve, ao mesmo tempo transgredindo as convenções a que responde a avaliação do desempenho de um pensamento. Destaca-o, neste particular, da representação paradigmática dos vultos que estuda, ou de seu sentido pela inserção institucional, reconhecendo-os pela sua escola formadora. Reabre os denominadores da época ou da periodicidade histórica, concentrando-se no protagonismo individual, independente do seu tempo. Troca a sinalização de idéias-força pelas de tipicidade, distinguindo entre intelectuais, homens de ação ou sínteses, raríssimas, entre ambos, na que Weffort individualiza, por exemplo, a ação de Vieira ou de Nabuco”.

Prêmio ABL de Literatura Infanto-Juvenil

- Adélia Prado - “Quando eu era pequena”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Aderindo pela primeira vez ao livro infantil, a escritora e poeta Adélia Prado merece a indicação que ora fazemos. A obra “Quando eu era pequena”, descoberta entre seus textos, conduz o leitor a uma doce viagem pelas recordações da infância. As ilustrações de Elizabeth Teixeira se harmonizam à perfeição com os cheiros, sabores, tristezas e alegrias da autora, na apresentação de um mundo maravilhosos de descobertas. Adélia é bem incisiva quando explica: - Não há mistério, tampouco premeditação. É uma narração sobre as lembranças de Carmela. Mas concordo que toda ficção é um artifício para falar de nós mesmos”.

Prêmio ABL de Tradução

- Barbara Heliodora - Pela publicação da obra Shakespeariana

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Vimos propor que o Prêmio de Tradução da ABL, deste ano, seja conferido a Barbara Heliodora, por todos os motivos e, em especial, pela publicação da obra Shakespeariana”.

Prêmio ABL de História e Ciências Sociais

- Laura de Mello e Souza - “O sol e a sombra: Política e administração na América portuguesa do século XVIII”

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Demonstrando sua mestria de historiadora consumada, Laura de Mello e Souza combina a grande visão, a que chama de enquadramento, dedicada à análise crítica dos grandes esquemas interpretativos do sistema colonial, com o exame detido, baseado em cuidadosa pesquisa de arquivos, do comportamento de alguns governadores. Da análise, surge uma rica visão da administração colonial, em que a relação entre o sol, ou o desígnio da Coroa, e a sombra, o comportamento de seus delegados, desenha-se como um quadro complexo, irredutível a simplificações esquemáticas”.

Prêmio ABL de Cinema

- Paulo Halm - Roteirista do filme “Achados e perdidos”

“Achados e Perdidos”: Adaptação cinematográfica de autoria de Paulo Halm do livro homônimo de Luiz Alfredo Garcia-Roza. Direção de José Joffily.

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “Outra feliz combinação do texto literário com a criatividade cinematográfica. O filme de José Joffily e Garcia-Roza resulta de uma vivência comum do mundo pop de Copacabana. O olhar do competente cineasta influenciado pela temática prática clínica do escritor/psicanalista de um lado e, de outro, o universo humano do bairro famoso, resultou em espetáculo pungente da tragédia cotidiana da cidade grande. Cabe ressaltar aqui o desempenho dos intérpretes, cuja contribuição artística garante a comunicabilidade da obra”.

- Marçal Aquino, Beto Brant, Marco Ricca, Maurício Paroni de Castro e Luiz Francisco Carvalho Filho - Roteiristas do filme  “Um crime delicado”

“Um Crime Delicado”: Adaptação do livro homônimo de Sérgio Sant’Anna. Direção de Beto Brant.

Trecho do parecer da Comissão Julgadora: “A história do triângulo amoroso com personagens insólitos (Crítico teatral, Artista plástico e jovem mulher com deficiência física) viaja bem das páginas do livro para a tela. Trata-se de um trabalho harmoniosos do diretor, roteiristas e intérpretes. Belo e convincente, o filme provoca algumas reflexões ético-estéticas, inusitadas no cinema brasileiro. Sente-se nisso forte influência do bom escritor”.

 

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18/07/2007 - Atualizada em 17/07/2007