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ABL apresenta “Matar ou Morrer”, de Mirian Halfim

 

Matar ou Morrer – Dilermando de Assis e Euclides da Cunha”, peça teatral escrita por Mirian Halfim, com Ary Coslov na direção, revive a “tragédia da Piedade” e propõe uma acareação entre os dois personagens, 114 anos após o assassinato de Euclides da Cunha por Dilermando de Assis.

No espetáculo, uma juíza obcecada pelo assunto acaba se tornando mediadora do encontro fictício. “É como se a magistrada recebesse um chamado de Dilermando para promover a reparação dele. Ela acaba sendo um pouco tendenciosa, mas está ali ouvindo os dois. A filha de Dilermando, Dirce, hoje com 91 anos, queria muito que o pai deixasse de ser chamado de assassino. Ficou ume estigma negativo Mesmo depois de morto, ele não teve paz. Não pode ser enterrado no mesmo cemitério onde estavam seus pais”, conta Maria Adelia, que faz o papel da juíza. Sávio Moll vive Euclides da Cunha e Marcelo Aquino é Dilermando de Assis.

A peça de Mirian Halfim será apresentada na ABL no dia 5 de setembro às 17h30, com entrada gratuita. As inscrições podem ser feitas no link: https://www.even3.com.br/matar-ou-morrer-dilermando-de-assis-e-euclides-da-cunha/

Autor do clássico Os Sertões, Euclides da Cunha, eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903 como segundo ocupante da cadeira 7, foi morto por Dilermando aos 43 anos, em legítima defesa, em 1909, no episódio que ficou conhecido como Tragédia da Piedade.

Dilermando foi amante de Ana Emília Ribeiro da Cunha, a mulher de Euclides. O caso começou em 1905, durante uma longa expedição do escritor pela Amazônia. Já mãe de três filhos de Euclides, Ana, de 33 anos, se apaixonou por Dilermando, um jovem cadete de 17 anos. Viveram quatro anos de romance proibido, e tiveram dois filhos fora do casamento. Em 15 de agosto de 1909, o escritor chegou armado à casa de Dilermando para vingar sua honra, disposto a “matar ou morrer”. Travou-se um duelo, e Dilermando levou cinco tiros - mas era oficial do exército e campeão de tiro, revidou, e matou Euclides da Cunha.

Dilermando foi absolvido por legítima defesa, mas foi condenado pela imprensa da época e pela opinião pública. O caso se desdobrou em novas tragédias, com as mortes posteriores de Euclides da Cunha Filho e do irmão de Dilermando, Dinorah de Assis.

23/08/2023