No dia 2 de outubro, quinta-feira, às 17h30min, a ABL realizou mesa-redonda em homenagem ao centenário do nascimento do cientista Josué de Castro, no Teatro R. Magalhães Jr..
Os oradores foram o Acadêmico Arnaldo Niskier e as professoras Elizabeth Accioly e Ana Maria de Castro (filha do homenageado).
A coordenação foi do Acadêmico Moacyr Scliar.
A mesa-redonda teve transmissão ao vivo pelo portal da Academia Brasileira de Letras.
Saiba Mais
Em 1932, com a tese "O problema fisiológico da fome no Brasil", Josué de Castro deu início aos estudos sobre o tema que caracterizou toda a sua obra. Seu livro mais famoso, "Geografia da Fome", lançado em 1946 e traduzido em 25 idiomas, marca o começo das denúncias sobre o grave problema que até hoje aflige o mundo.
Pernambucano, nascido em 1908, se formou aos 21 anos em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, e três anos depois se tornou livre-docente de fisiologia da Faculdade de Medicina do Recife. Foi na sala de aula que ele começou a se aprofundar no assunto que considerava delicado e perigoso.
Ele tentou criar uma teoria explicativa sobre a manifestação do subdesenvolvimento, da pobreza e da miséria e se empenhou para mudar a realidade do país. Foi convidado oficial de vários governos, entre eles Argentina, Estados Unidos e França, para estudar os problemas de alimentação e nutrição de cada país.
Em 1964, enquanto era embaixador do Brasil junto às Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Josué teve seus direitos políticos cassados após o golpe militar, pois o combate à fome e a reforma agrária eram temas inconvenientes durante a ditadura.
Acusado de ter idéias socialistas, por propor uma melhor divisão de renda, Josué foi exilado, e quatorze países lhe ofereceram acolhida. Ele escolheu a França para morar, onde criou o Centro Internacional de Desenvolvimento, e morreu aos 65 anos em 1973.
02/10/2008
30/09/2008 - Atualizada em 29/09/2008