Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Noticias > Vilaça, o administrador

Vilaça, o administrador

 

Bianor Cavalcanti

A comunidade acadêmica de administração em geral, e a da Ebape/FGV em particular, busca lançar e manter pontes de significados inspiradores entre as teorias, conceitos e tecnologias de gestão que estuda, desenvolve e ensina e as práticas cotidianas da gestão de alto nível de excelência em nosso meio.

Não é de hoje que o ministro Vilaça, já amigo íntimo da FGV, nos vem inspirando com sua ação diligente orientada para servir ao interesse público, com altíssimos níveis de eficácia. Tais atributos, é fundamental observar, não se manifestam constrangidos pelas raias da mesmice. Muito pelo contrário, a "abusada" criatividade nordestina, do pernambucano, dá lugar à ousada inovação conseqüente em sua pertinência, relevância e oportunidade. Esta é marca sobejamente reconhecida de Marcos Vilaça, personalidade da República.

No ministro Vilaça, o espírito do criador não se contenta com os sonhos, assim como a razão do administrador não se molda ao feitio burocrata. Espírito e razão transformam sonhos em objetivos e metas ambiciosos embora alcançáveis com esforços e talentos adicionais. Buscam recursos e os mobilizam com foco, assim como as pessoas a quem lhes cabe dirigir. Com grandeza, recorrem aos especialistas internos, externos e a instituições técnicas especializadas. Seduzem outras autoridades e amigos para o apoio e compromisso com as causas mais nobres. Monitoram e controlam resultados, ajustando-os aos ditames da realidade com saudável pragmatismo. Em Marcos Vilaça espírito e razão conspiram e trabalham em harmonia mutuamente vivificante.

Assim foi na Secretaria da Cultura, no MEC, com a desenvoltura da Pró-Memória e na Funarte, no Ministério da Cultura, nos melhores momentos da LBA, ao estabelecer as bases de uma nova política social, e no TCU onde promoveu a informatização e a introdução da auditoria de desempenho.

Na Academia Brasileira de Letras deu-se novo desafio para o ocupante da Cadeira 26: a presidência de uma instituição com fundamental missão envolvendo a evolução da matriz cultural da nacionalidade, detentora de bela história, fortes tradições e, de certa forma, um considerável travo conservador, reflexo de uma legítima governança compartilhada por nada menos que, nacionalmente e também internacionalmente ilustres e queridos... imortais.

Se configuraria um dilema e, talvez, um campo de batalha entre empreendedorismo inovador e tradicionalismo conservador, para observadores desatentos. De fato, uma situação em que só poderia haver duas soluções. A vitória de todos ou a derrota do empreendedor solitário, dado que um exército de imortais não perde batalha, por definição. Todos nós acompanhamos pela mídia, quando não participamos, eventos inesquecíveis, alguns de grande popularidade que, somados à informatização e outros programas substantivos introduzidos, renovados ou até mesmo extintos, estabeleceram uma sólida ponte entre a tradição inspiradora e a inovação conseqüente e respeitosa. O cultivo institucional formal das Letras Brasileiras transbordou o universo das páginas literárias para abraçar, também, outras formas do discurso formador da língua e da cultura, em meios populares e artísticos (inclusive o musical), profissionais e científicos.

Da gestão Vilaça na ABL saímos vitoriosos todos os brasileiros, mortais e imortais. Saiu vitoriosa, com o testemunho de competência, a gestão privada de organizações não lucrativas de relevante interesse público. Saiu vitorioso o Brasil.

Jornal do Commercio (PE) 1/5/2008

05/05/2008 - Atualizada em 04/05/2008