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Minha cultura

 

A caminho do Fundão: lembrava aos alunos a noção de espírito local ganhando forma e vigor a partir do Romantismo e a transposição da ideia de Cultura para a de "minha cultura", realizada algo timidamente e um pouco falsa por Alencar. O livro de Yohann Herder, Uma outra filosofia da História, de 1774, serve como marco histórico para essa reflexão. Nada poderá anular a particularidade de uma Nação, afirma o pensador alemão, nada terá forças para apagar valores regionais identificados e semanticamente representados pela língua do país. A substituição de uma filosofia universal por um pensamento regional se choca às lições voltaireanas da condição humana. O filósofo francês nosso contemporneo Alain Finkielkraut disserta igualmente sobre esse tema. Herder vai afirmar que a impressão de l ocalismo de Voltaire, como atestam algumas análises, só se dá porque o filósofo francês super dimensionava o pensar francês, para Voltaire o Universal. Herder afirma com todas as letras que só se podem comparar coisas comparáveis, como um templo egípcio às virtudes egípcias.
A turma do sétimo período deu início, então, já passados 40 minutos de aula, a uma longa discussão a respeito da guerra Rússia X Ucrnia à luz dessa discussão. Falaram em territorialismo, ONU, cultura e Direito Internacional. E saíram, como me disseram, com a sensação de terem criado, eles, uma reflexão própria, produziram saber e não se contentaram apenas em transmitir conhecimento, afirmou uma aluna de olhos arregalados e sorriso franco. Analisamos ainda o Guarani , Memórias de um sargento de milícias e Era no tempo do rei, de Ruy Castro. O horário e o cheirinho do feijão do almoço no bandejão ao lado interromperam a aula.

Redes sociais, 16/09/2025