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A cidadania do visível

 

A cidadania é um aperfeiçoamento de nossa educação. Mas não somos sozinhos. Não só a palavra se comunica. Mas também o sentido. Somos sombras da grande Palavra, que gerou todas as coisas.

Há muitas formas de razão ou metafísicas. Todavia, temos a experiência ou dimensão de fé que vai além das razões, pavimentadas no limite. Ou na parede, entre dúvidas, investigações na ciência, na filosofia ou teologia.

A fé é na Revelação do Absoluto e só move montanhas quando está num corpo vivo. E o impossível apenas adormeceu. E precisa ser acordado. Como o salmista Davi queria acordar a aurora.

O poder se alimenta de poder, o conhecimento de mais conhecimento, o sonho de mais sonho. E a Eternidade é pequena para ver Deus.

O poético não é o profético. Somente existe o profético numa vida revelada. O poético é mágico; o profético, sagrado. E se discerne espiritualmente. “A beleza é um conceito” – observou Manuel Bandeira.

Mas o amor não é um conceito, é experiência, intimidade de espírito. E a alma é a casa que somos, com a candeia acesa.

Paramos de existir com a morte. Mas mesmo com ela, o Espírito não perece. Quer Eternidade.

O corpo fenece com o tempo, o corpo é tempo. Mas o humano se constrói e nos custa sofrimento e fraternidade para podermos alcançar o nível humano, vencendo a animalidade.

Entretanto, a felicidade na palavra viva nos constrói, quando o invisível pela fé é mais amplo que o visível. E há coisas no espírito humano, tão vivas, tão fortes, tão frutuosas, que não podem morrer. Quando em Deus.

Tribuna Online, 01/11/2020