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ABL concede ao crítico literário Benedito Nunes o "Prêmio Machado de Assis" de 2010

 

A Academia Brasileira de Letras concedeu ao crítico literário, professor, escritor, ensaísta e filósofo paraense Benedito Nunes, pelo conjunto de sua obra e seu perfil, o “Prêmio Machado de Assis” de 2010, a mais importante comenda literária brasileira, concedida todos os anos desde 1941. Ele receberá R$ 100 mil e um diploma.

A Comissão Julgadora foi formada pelos Acadêmicos Eduardo Portella (presidente da comissão), Tarcísio Padilha, Lygia Fagundes Telles, Alfredo Bosi (relator) e Domício Proença Filho. A cerimônia será no Petit Trianon, dia 20 de julho, data em que se comemorará o 113º aniversário da Academia. Na oportunidade, também serão entregues os Prêmios Literários da ABL para as categorias História e Ciências Sociais; ensaio; literatura infantil; ficção; tradução; e poesia; e o Prêmio Roteiro de Cinema. Os vencedores receberão a importância de R$ 50 mil.

Outros Prêmios

Os vencedores nas categorias ficção (conto, romance, teatro), literatura infanto-juvenil, tradução e poesia foram, respectivamente, Rodrigo Lacerda, Ângela-Lago, Milton Lins e Ronaldo Costa Fernandes.

A comissão da categoria ficção foi formada pelos Acadêmicos Ana Maria Machado, Secretária-Geral da ABL, João Ubaldo Ribeiro e Luís Paulo Horta. Os três decidiram pelo romance Outra Vida, do escritor carioca Rodrigo Lacerda. “É uma obra que se lê com prazer, na sua economia de meios, na sua própria brevidade”, afirmam os responsáveis pela seleção no parecer da comissão.

Os Acadêmicos Arnaldo Niskier, Murilo Melo Filho e Cícero Sandroni formaram a comissão encarregada de conceder o prêmio na categoria literatura infanto-juvenil. Eles escolheram o livro Marginal à esquerda, da escritora e ilustradora mineira Ângela-Lago. “Este Marginal à esquerda, de Ângela-Lago, é um livro impactante, singelo e instigante, que muito merece o prêmio de literatura infantil”, afirmaram no texto de seleção.
 
O parecer dos Acadêmicos Carlos Nejar, Ivan Junqueira e Evanildo Bechara, encarregados da escolha do vencedor do prêmio na categoria tradução, decidiu pelo pernambucano Milton Lins,  com destaque para seu livro Pequenas traduções de grandes poetas. Segundo a comissão, as traduções “constituem preciosas antologias da melhor poesia que se escreveu na literatura ocidental desde o século XVI”.
 
O livro A máquina das mãos, do poeta maranhense Ronaldo Costa Fernandes, foi o selecionado para o prêmio na categoria poesia, pelos Acadêmicos Lêdo Ivo, Affonso Arinos de Mello Franco e Alberto da Costa e Silva. “Trata-se de um livro em que a experiência pessoal do poeta, convertida em linguagem, se transmuda em poemas de excelente nível, e nos quais se casam a emoção e a execução apurada, sob a regência de um rigor que não exclui a aventura e a transgressão”, disseram no parecer.

Saiba mais

Benedito Nunes, também professor e um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, depois incorporada pela Universidade Federal do Pará, é autor de uma extensa obra de ensaios, estudos, filosofia e crítica literária. Ensinou literatura e filosofia em outras faculdades do Brasil, da França e dos Estados Unidos.

O vencedor do “Prêmio Machado de Assis”, analisada sua obra, é um estudioso capaz de construir pontes entre a interpretação do texto literário e a sondagem filosófica, no caso fenomenológico, na linha dos grandes pensadores existenciais, como o alemão Martin Heidegger e o francês Jean-Paul Sartre. Essa dupla dimensão já aparece em seu estudo antológico, obra pioneira publicada em 1966, sobre a obra de Clarice Lispector: “O drama da linguagem, uma leitura de Clarice Lispector”.

2/6/2010

02/06/2010 - Atualizada em 01/06/2010