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Artigos

  • Porque amamos os homens (final)

    Revista O Globo (RJ), em 25/11/2007

    Neste caso, o título da coluna é impróprio. Como no primeiro artigo eu disse que me recusava a escrever sobre as razões pelas quais os homens amam as mulheres (seria considerado um escritor sul-americano machista, que despreza os movimentos de libertação do sexo oposto), uma leitora chamada Julia resolveu fazê-lo por mim. Assim, temos a versão feminina de porque nós amamos as mulheres. Evidente que não concordo com tudo, mas essa é uma tribuna (relativamente) livre. Vamos ler o que Julia tem para nos contar:

  • Jardim

    Extra (RJ), em 25/11/2007

    Um grande amigo meu, músico famoso, comprou um apartamento térreo em Ipanema. Transformou o terraço, na parte de trás do apartamento, num jardim. As árvores cresceram e, com isso, as trepadeiras se espalharam. Na reunião do condomínio, disseram que as raízes podiam afetar a estrutura da construção e que as trepadeiras iriam enferrujar a grade divisória. Depois de dois anos de luta, meu amigo foi obrigado a destruir seu jardim e cimentar o terraço. Tempos depois, o síndico comentou com ele: “Na verdade, o problema não era bem o jardim. O que aconteceu foi que os outros moradores se sentiam bastante frustrados porque eles não tinham um igual. Preferem ver uma paisagem cinza da janela a um jardim que não é deles”.

  • Os três elefantes

    Extra (RJ), em 23/11/2007

    Uma certa tarde, dois materialistas estavam sentados na beira de uma estrada, quando de repente passa um elefante voando, calmamente. Um dos materialistas não se vira para olhar para o outro porque, é claro, os elefantes não voam. Aquilo não poderia ter acontecido. Cinco minutos depois, passa outro elefante voando. Desta vez, os dois se olham, mas não comentam absolutamente nada. Talvez estejam sendo vítimas de alguma espécie de alucinação coletiva, ou coisa do gênero. Afinal, materialistas só acreditam no que sabem explicar. E aquilo eles não explicavam. Até que passa o terceiro elefante voando. Agora não dá mais para evitar. “Por acaso você viu os elefantes?”, pergunta um. O outro, com medo de parecer ridículo, concorda afirmativamente com a cabeça. “Mas tem uma explicação. O ninho deles é aqui perto”, conta o mais sábio. Pronto. Está explicado. Eles podem continuar sendo materialistas.

  • Caminho do perdão

    Extra (RJ), em 21/11/2007

    Quando escrevi “O diário de um mago”, não podia imaginar o sucesso que o livro ia fazer e coloquei o nome verdadeiro das pessoas que conheci ao longo do Caminho de Santiago. Tempos atrás, voltei a San Jean Pied-de-Port, onde vive Mme. Debrill, uma das personagens. Sabia que leitores brasileiros e holandeses a procuravam – e os detalhes que contei eram íntimos.

  • A vida e o futuro

    Extra (RJ), em 20/11/2007

    Use sua imaginação. Pense em como será sua vida daqui a dez anos, se você continuar no rumo que está. Imagine um dia qualquer de 2017. Pense na casa, no trabalho, no relacionamento. Imagine os amigos que estarão a sua volta. Quando acabar o exercício, responda: sentiu aflição ou entusiasmo? Viu um futuro de verdadeiras conquistas sobre si mesmo ou só uma repetição do presente? Lembre-se: isso foi mais do que um exercício. Foi uma projeção de onde suas atitudes e ações podem o levar. Se existe alguma coisa que você quer mudar em 2017, comece agora.

  • Porque amamos os homens II

    Revista O Globo (RJ), em 18/11/2007

    Desde que publiquei a coluna da semana passada, baseada em uma pesquisa que fiz sobre as razões pelas quais as mulheres nos amam, recebi uma quantidade enorme de comentários (a favor e contra o texto). Decidi, portanto usar mais duas colunas para escutar o que outras mulheres têm a dizer a respeito. Kristen, uma leitora, afirma que não sabemos absolutamente nada a respeito da natureza feminina, e elabora a lista a seguir:

  • Do lado esquerdo

    Extra (RJ), em 16/11/2007

    Os antigos mestres costumavam inventar vários personagens para ajudar seus discípulos a liderarem com o lado mais sombrio e obscuro de suas personalidades. Muitas dessas histórias relacionadas com a criação de personagens terminaram se transformando em famosos e conhecidos contos de fadas. O processo de criação é simples e pode se revelar muito útil: basta colocar todas as suas angústias, seus medos e também suas decepções em um ser invisível, que fica, simbolicamente, do seu lado esquerdo. Esse ser invisível vai funcionar como o grande vilão de sua vida, sempre sugerindo atitudes que você não gostaria nem pensaria em tomar de maneira nenhuma – mas termina tomando. Uma vez criado esse tal personagem, fica muito menos difícil não obedecer seus conselhos e, portanto, privilegiar o lado iluminado da personalidade. É um processo simples. E, justamente por isso, funciona bem.

  • Os sinais de Deus

    Extra (RJ), em 15/11/2007

    Certa vez caminhava com meu mestre e ele dizia: “Olha ali uma bromélia!”. Mas os meus olhos não estavam nem um pouco acostumados ao milagre das coisas pequenas. Tudo que via diante de mim era uma grande confusão de plantas juntas. E nada mais além disso. Aos poucos, com meu mestre, aprendi a educar a minha vista e buscar a planta que eu quero ver. E o mesmo também se passa e acontece com os Sinais de Deus. Só um olho muito bem treinado consegue enxergá-los. “O tolo não vê a mesma árvore que o sábio vê”, falava William Blake.

  • Vida, asas e raízes

    Extra (RJ), em 14/11/2007

    “Bendito aquele que consegue dar aos seus filhos asas e raízes”, diz um provérbio. Precisamos das raízes: existe um lugar no mundo onde nascemos, aprendemos uma língua. Em um dado momento, passamos a ser responsáveis por este lugar. Precisamos das asas que nos mostram os horizontes sem fim da imaginação, nos levam até nossos sonhos, nos conduzem a lugares distantes. São as asas que nos permitem conhecer as raízes de nossos semelhantes. E aprender com eles.

  • Diferenças no pensar

    Extra (RJ), em 12/11/2007

    O professor coreano Tae-Chang Kim analisa bem ao fundo as diferenças entre o pensamento ocidental e oriental. “Ambas as civilizações têm uma regra de ouro. No Ocidente, vocês dizem: ‘Farei para meu próximo aquilo que gostaria de fazer para mim. Isto significa que aquele que ama, é quem estabelece as condições em que o amor pode se manifestar”. A regra de ouro do Oriente parece quase igual: ‘Não farei ao meu próximo aquilo que não desejo que ele faça comigo. Mas ela parte do que a outra pessoa está sentindo. Isto faz toda a diferença”.

  • Porque amamos os homens

    Revista O Globo (RJ), em 11/11/2007

    Uma amiga minha, Julia, me enviou o texto a seguir. Quando tentei entrar em contacto com ela para saber se era de sua autoria, ela viajou e não sei exatamente quando volta.

  • Supremo poder

    Extra (RJ), em 10/11/2007

    A prece do mestre sufi Dhu 1 Num, egípcio, que morreu no ano de 861 a.C., no Egito: “Ó Deus, nunca presto atenção às vozes dos animais ou ao ruído das árvores, ao murmúrio das águas e ao gorjeio dos pássaros. Mas percebo nelesum testemunho da Tua unidade. Ó Deus, reconheço-Te na prova da Tua obra e na evidência de Teus atos. Consente, ó Deus, que Tua satisfação seja minha satisfação. Que eu seja Tua alegria, aquela alegria que um pai sente por um filho. E que eu me lembre de Ti todas as vezes que Te sentir, com tranqüilidade e determinação.”

  • Tabuleiro de xadrez

    Extra (RJ), em 31/10/2007

    O jovem disse ao abade zen: “Tudo o que meu pai me ensinou foi jogar xadrez”. Ele pediu um tabuleiro de xadrez, chamou um monge e mandou-o jogar com o rapaz. Acrescentou: “quem perder morrerá”.

  • Situações da vida

    Extra (RJ), em 30/10/2007

    Não podemos esquecer que, nem sempre as coisas acontecem como nós queríamos. Existem momentos, por exemplo, em que buscamos por alguma coisa que não está reservada para nós. Ou então esperamos por certos milagres que não se manifestam. Por um lado, ainda bem: se todas as coisas e acontecimentos andassem como nós queremos, não teríamos mais nenhum assunto. Quando estivermos diante de situações desagradáveis que não conseguimos ultrapassar, relaxemos. O Universo continua trabalhando por nós em segredo.

  • O mistério do olhar

    Extra (RJ), em 29/10/2007

    Diante do espelho reparamos sempre em pequenos detalhes: mudanças na pele, o cabelo despenteado as rugas do rosto, a roupa amassada... É raro olharmos o fundo de nossos olhos. Você já experimentou, na frente de um espelho, esquecer os detalhes citados acima e fazer isto? Perceber o que está dentro de si mesmo esquecendo a estética? A imagem irá contar histórias que você não sabe, a respeito de quem está do outro lado. Depois de um certo tempo, você termina descobrindo que a pessoa que lhe devolve o olhar tem um mistério a ser cumprido.