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Artigos

  • Onde estão os pediatras?

    Zero Hora (RS), em 13/11/2010

    Uma recente e importante pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais em todo o país reflete a dimensão de um problema que chama a atenção dos responsáveis pela saúde pública e que é sentido pela população com grande intensidade: trata-se da carência de pediatras, médicos de família e clínicos gerais, ou seja, aqueles profissionais que resolvem, ou poderiam resolver, 80% dos problemas de saúde.

  • A festa das bruxas

    Zero Hora (RS), em 31/10/2010

    Festa é festa, e festa deveria ser sempre bem-vinda, mas muita gente não gosta do Halloween. Em primeiro lugar, porque é basicamente coisa de americano; não faz, ou não fazia, parte de nossa cultura. Depois, porque é a festa das bruxas, um resíduo do paganismo celta. Mas a influência americana está presente em nosso cotidiano, indo dos anglicismos ao McDonalds; e a evocação das bruxas a rigor não envolve uma crença, é muito mais uma gozação. Aliás, fazer brincadeiras com coisas misteriosas ou amedrontadoras é um jeito de controlar nossa ansiedade, como se vê no México, no Dia de Finados ali as calaveras, esqueletos feitos de açúcar, fazem parte do folclore. A propósito, não deixa de ser curioso o fato de que o termo Halloween venha de All-Hallows-Even (evening), referindo-se à noite que precede o Dia de Todos os Santos, este, por sua vez, antecedendo Finados. Ou seja, uma tríade significativa, que nos fala de bruxaria, de fé cristã e da morte.

  • Adeus, Maria Candelária

    Zero Hora (RS), em 26/10/2010

    Numa época, fez grande sucesso no Brasil a marchinha carnavalesca, do compositor Blecaute, que falava de uma certa Maria Candelária. Quem era? “É alta funcionária”, informava a letra, acrescentando que Maria Candelária tinha entrado no serviço público “de paraquedas”, ou seja, por algum favor político. A seguir, entrava em detalhes sobre a atividade da Maria Candelária, que “trabalhava de fazer dó”. O expediente começava ao meio-dia; à uma da tarde Maria Candelária ia ao dentista, às duas, ia ao café, às três à modista; às quatro assinava o ponto e dava no pé. Concluía Blecaute: “Que grande vigarista que ela é”.

  • O casal em viagem

    Zero Hora (RS), em 24/10/2010

    No avião em que voltamos de Paris, viajava, atrás de nós, um jovem casal. Que batia boca ferozmente. Não cheguei a descobrir por que discutiam tanto, mas a cena lembrou-me do comentário de uma amiga que uma vez me disse algo surpreendente. Em viagem, marido e mulher sempre brigam, garantiu ela.

  • O nome da vaca

    Folha de São Paulo, em 18/10/2010

    No Ig Nobel, uma espécie de "Oscar" dos trabalhos científicos mais esdrúxulos do ano, foram premiados, na categoria de medicina veterinária, Catherine Douglas e Peter Rowlinson (Universidade de Newcastle, Reino Unido), por mostrarem que vacas que têm nome dão mais leite do que as que não têm.

  • Negar, não. Ignorar, sim.

    Zero Hora (RS), em 17/10/2010

    Muitas pessoas (e as histórias a respeito sempre mencionam as mulheres) costumam mentir sobre sua idade. Explicável, numa época em que a velhice é vista com condescendência para dizer o mínimo. A figura do ancião respeitado, que funcionava como o sábio da comunidade, é coisa do passado. E isso por várias razões. Em primeiro lugar velhos já não são raros: 10 por cento da população brasileira (que sempre foi considerada jovem) têm mais de 60 anos, o limite clássico da chamada terceira idade.

  • Uma pergunta que não quer, e não pode calar

    Zero Hora (RS), em 16/10/2010

    Acabo de receber um livro que se constitui numa leitura muito adequada para este 18 de outubro, Dia do Médico. Foi organizado pelos doutores Álvaro Jorge Madeiro Leite, professor adjunto de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Ceará, e pelo médico geriatra João Macedo Coelho Filho, da mesma universidade.

  • Saúde & comunicação

    Correio Braziliense, em 24/08/2010

    Recentemente, um novo índice de valores humanos foi divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Trata-se do IVH (Índice de Valores Humanos), que abrange três áreas, trabalho, saúde e educação. Para avaliá-las, foram entrevistas 2.002 pessoas em 24 estados. Emergiu daí uma classificação para as três áreas, sob forma de uma “nota” que varia de zero a 1, sendo 1 o melhor resultado. O Brasil tem um IVH de 0,59. Houve uma variação por área no que se refere ao trabalho, o resultado foi de 0,79. Na educação, o índice foi de 0,54, e na saúde, em 0,45. Na avaliação desta última área, considerou-se o tempo de espera para atendimento médico ou hospitalar, o interesse da equipe de saúde tal como percebido pelo paciente e o grau de compreensão da linguagem usada pelos profissionais de saúde. Houve variações regionais importantes; assim, no Norte o índice de satisfação com a saúde foi um precário 0,31. Dos habitantes da região, 67% rotulam como demorada a espera para receber atendimento de saúde e 64% dizem ter dificuldades para entender a linguagem utilizada pelos profissionais da saúde.

  • Medicina e ficção

    Zero Hora (RS),, em 23/01/2010

    Sherlock Holmes, de Guy Ritchie, com Robert Downey Jr. vivendo Sherlock, e Jude Law no papel de Dr. Watson, é o mais novo lançamento numa longa série de filmes. O que não deixa de surpreender. O personagem foi criado há mais de um século – e sobrevive. Por quê?

  • Resoluções de Ano Novo

    Folha de S. Paulo,, em 28/12/2009

    "Prezado amigo ladrão: em primeiro lugar, quero cumprimentar-lhe pela esperteza. Você entrou em minha casa no momento certo. Vivo sozinho e raramente saio, mas aquela era uma noite especial, como você já verá, e assim decidi jantar num restaurante. Lá passei algumas horas: o suficiente para que você arrombasse a porta e fizesse uma limpa geral.

  • É bom acreditar

    Zero Hora (RS),, em 22/12/2009

    Primeiro, era Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul; depois, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente; e, mais adiante, surgiu uma Secretaria do Meio Ambiente autônoma. Esta evolução mostra a importância que a questão ambiental foi ganhando no RS, no Brasil, no mundo. Ficou claro que os problemas dessa área não resultavam da imaginação dos chamados eco freaks, pessoas meio estranhas que se dedicavam à causa ambiental; tratava-se de uma ameaça muito concreta, que agora se expressa inclusive nas alterações climáticas. A causa veio para ficar; por causa disso não creio que se possa rotular como fracasso a conferência de Copenhague. Foi, sim, uma derrota do longo prazo diante do curto prazo, coisa até certo ponto previsível: políticos e administradores estão mais preocupados em criar de imediato empregos e elevar o nível de vida, mesmo porque, como dizia o economista Keynes, a longo prazo estaremos todos mortos. Contudo, o recado foi dado e produzirá seus efeitos, se não sob a forma de um programa global, movido por muita grana, então sob a forma de ações individuais e coletivas. A consciência ecológica passou a fazer parte de nossas vidas e os alertas que o planeta nos envia já não passarão despercebidos. Conclusão inspirada pelo espírito natalino? Talvez. Mas é bom acreditar, como é bom confiar – mesmo que seja para confiar desconfiando.

  • Mantendo a forma

    Folha de S. Paulo,, em 21/12/2009

    Não é raro encontrar casais que se propõem a seguir um programa de exercícios físicos em conjunto, seja para passar mais tempo lado a lado, seja para ter uma companhia agradável durante a atividade. No entanto, conciliar preferências, aptidões e objetivos não é fácil. Um quer definir os músculos, o outro, apenas ganhar um pouco mais de condicionamento físico. Ao lado de uma pessoa extremamente competitiva, está outra que só quer relaxar no final do dia. Quando mal resolvidos, os conflitos podem desestimular e levar ao abandono da prática. Equilíbrio, 17 de dezembro

  • Há vida na passarela

    Zero Hora (RS),, em 15/12/2009

    Na zona norte de Porto Alegre existe uma loja que vende manequins. Ali estão vários deles, na vitrine, nus (mas sem genitália: o pudor se impõe), a fitar-nos com seu sorriso fixo. Uma visão no mínimo incômoda, e que explica uma cena muito comum em antigos filmes de terror: fugindo dos bandidos, o mocinho ou a mocinha se refugiava em algum depósito escuro, cheio de manequins, e a visão destes, suas faces imóveis sinistramente iluminadas por uma débil claridade, contribuía para reforçar o clima de pesadelo.

  • Os terapeutas

    Zero Hora (RS),, em 13/12/2009

    De terapeuta, de poeta e de louco todos nós temos um pouco. O terapeuta que, em maior ou menor grau, existe em nós dispõe-se a ajudar as pessoas que sofrem, que estão em dificuldades. Não é preciso um consultório ou uma sala cirúrgica para fazer isso; basta saber escutar com atenção e simpatia, basta dizer uma ou outra palavra de apoio, e pronto, fizemos algo por nossos semelhantes.